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O Perdão: a arte de solicitar e conceder

  • Alexandra Azevedo
  • 13 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

Fala-se cada vez mais em perdão. As frases que se apresentam em quadrinhos decorados e vídeos emocionantes nas redes sociais ficam martelando em nossas cabeças que devemos perdoar, que devemos pedir perdão. De fato, precisamos perdoar e ser perdoados por muito do que fazemos uns aos outros.

Na justificativa de valores morais, que na verdade são sociais, ou seja, criados pelas pessoas, ferimos, magoamos e ofendemos desde nossos entes queridos até grupos sociais completos.

Nossas falas e ações marcadas por preconceito são lanças com veneno na ponta, que miramos naqueles que julgamos mais fracos que nós, mas que internamente tememos por serem desconhecidos, ou talvez mais corajosos que nós, ou simplesmente eles mesmos. Dá uma inveja danada de tamanha autenticidade não é mesmo?

A consciência moral inerente ao ser humano nos possibilita solicitar e conceder o perdão.

Independente de qual lado do perdão a gente se encontre, o perdão requer uma reflexão profunda, pois nos exige um processo intencional e voluntário de mudança de nossos sentimentos e atitudes diante de uma ofensa que cometemos ou que nos foi acometida, sem que a gente esqueça do ocorrido.

No que diz respeito à orientação sexual, o perdão é importante para ambas as comunidades, gays e heterossexuais. O nível de raiva em torno de temas relacionados à homossexualidade prejudica tanto pessoas heterossexuais quanto homossexuais. A carga de raiva em torno das questões LGBTQ+ tem o poder de deixar as pessoas amargas e prejudicar a saúde. É através do perdão que as pessoas encontrarão a verdadeira paz e espiritualidade saudável.

Muitas vezes, perdoar é mais fácil do que pedir perdão, pois somos orgulhosos demais para reconhecer nossas fraquezas, e também cultuamos a crença na nobreza de perdoar ao outro.

Que grande armadilha é o perdão, para solicitá-lo, tenho que reconhecer minhas fraquezas e limitações, e para concedê-lo tenho que as superar. Fica claro o engano de quem pensa que perdão é consentimento e passividade.

O sentimento de culpa é um incentivo tanto para pedir perdão quanto para perdoar. Ao autor da ofensa, a culpa resulta da dívida estabelecida pela dor causada, e ao ofendido, a culpa resulta dos sentimentos tóxicos de raiva, ressentimento e mágoa que a ambos aprisionam e impedem de viver novas possibilidades e ter satisfação pessoal. Pedir perdão é assumir a culpa.

Perdoar é se libertar da culpa. Ufa!

Perdão é o remédio! Conhecemos a eficácia do perdão por seus efeitos colaterais: o alívio, a liberdade e a paz interior. O perdão é uma forma de autoconhecimento, através do qual, muitas vezes, conhecemos possibilidades que ainda não sabíamos que tínhamos. Quando perdoamos e somos perdoados, nossas vidas se transformam. Transforme-se!








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